Salvador não passeia mais com o vira-lata.
Não colhe mais seus excrementos pelas calçadas.
Já não paga as contas e nem a hipoteca da casa.
Não passa mais noites acordado.
Nem sente mais as pernas adormecidas.
Não escuta mais os gritos dos moleques brigando.
Nem o da mulher mandando ele virar gente.
Salvador não tem mais que ser super-homem.
Ir ao supermercado.
Levando sua listinha escrita no papel amassado do pão passado.
Ele não come mais agrotóxicos.
Não tem mais que encarar o rosto pálido no espelho.
Nem colocar a máscara para esconder sua verdade.
Não precisa mais fazer tipo de intelectual.
E impressionar os amigos emergentes.
Ele não paga mais a mensalidade para entrar no céu.
Nem vê homens morrendo por causa de seus deuses.
Salvador não precisa mais eleger presidente.
E nenhum outro sujeito estampado nos santinhos [aqueles que de santo não têm nada].
Ele não vai ser mesário mais.
Nem vai ajudar os semi-analfabetos encenarem o papel de cidadãos.
Salvador não vai mais tentar salvar o mundo.
E nem vai ser fantoche da vida mais. Nunca mais.
- Agora entendo porque dizem que ele foi dessa para melhor.
2 comentários:
Massa o texto. Eu também não limpo mais o cocô da Bell. Tadinha, sumiu...sniff....kkkk
pelo que vejo aqui, o mundo dos blogs ganhou um muito legal:)
beijos, val.
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