quinta-feira, 24 de maio de 2007

Vidas Secas.



A vida às vezes é dura como o solo que não a chuva faz tempo.

É fria como o deserto à noite.

Em dias quentes, até os sonhos evaporam.


Onde estará Nosso Reinaldo? Será que virou rei?

É esse o seu reinado?

Você tem 25 segundos para adivinhar.


Foto de minha autoria. O modelo é um nobre senhor que [sobre]vive na Chapada Diamantina.

quarta-feira, 23 de maio de 2007

sexta-feira, 18 de maio de 2007

Anda, vai voar.

Andar descalço dá a sensação de liberdade.

Porém, quando o está nú, você corre o risco de pisar em espinhos.

É, eu sei bem como dói furar o .

Mas vale a pena colecionar algumas cicatrizes.


andei por muitas estradas que me marcaram.

tive calos, bolhas. Machuquei a unha que estava sempre por fazer

[Andarilhos da vida tem pouco tempo para vaidade].


pisei em território desconhecido e me encontrei.

Andei em labirintos. Em círculos. voltei pro ponto de partida.

Andei em linha reta e me perdi.


Hoje, resolvi variar. Mudar de ares. Tirar os pés do chão.


Comprei um par de asas.

Agora, estou por , aprendendo a voar.

Sem destino e hora pra pousar.

quinta-feira, 17 de maio de 2007

Uma arma na cabeça [munida de pensamentos].

Odeio quando ela vai ao porão da sua alma.

Buscando velharias, fuçando o passado.

Odeio quando a insônia não a deixa ir para a cama.

E na TV só passa propagandas bisonhas.

[Produtos para ficar mais gostosa. Um mundo grotesco e estuprador].

Odeio quando sua criança se sente carente.

Buscando novamente o ventre da mãe.

Ela se encolhe feito concha.

Fechada. E mais nada.

Reaja, moça.

Levanta-te e anda.

Suba ao sótão para ver as estrelas entre as gretas do telhado sujo.

Veja como as três Marias brilham.

Coloque aquela saia de chita rodada.

E saia deste quintal que já não tem jardim.

Só espinhos.

Pule o muro que criou em volta de você.

Essa fortaleza que não lhe serve de nada.

Venha para a roda de samba.

A boemia lhe espera.

Toma mais um gole e durma sossegada.

Amanhã será um novo dia.

Vidas. Cinzas.

Salvador não passeia mais com o vira-lata.

Não colhe mais seus excrementos pelas calçadas.

não paga as contas e nem a hipoteca da casa.

Não passa mais noites acordado.

Nem sente mais as pernas adormecidas.

Não escuta mais os gritos dos moleques brigando.

Nem o da mulher mandando ele virar gente.

Salvador não tem mais que ser super-homem.

Ir ao supermercado.

Levando sua listinha escrita no papel amassado do pão passado.

Ele não come mais agrotóxicos.

Não tem mais que encarar o rosto pálido no espelho.

Nem colocar a máscara para esconder sua verdade.

Não precisa mais fazer tipo de intelectual.

E impressionar os amigos emergentes.

Ele não paga mais a mensalidade para entrar no céu.

Nem homens morrendo por causa de seus deuses.

Salvador não precisa mais eleger presidente.

E nenhum outro sujeito estampado nos santinhos [aqueles que de santo não têm nada].

Ele não vai ser mesário mais.

Nem vai ajudar os semi-analfabetos encenarem o papel de cidadãos.

Salvador não vai mais tentar salvar o mundo.

E nem vai ser fantoche da vida mais. Nunca mais.

- Agora entendo porque dizem que ele foi dessa para melhor.

vida.doc

A descoberta do eu nos leva a um abismo interior.

Pegue seu equipamento de rappel e divirta-se.

Pode levar a vida toda.